E nada obtendo senão o fracasso, um constante e enorme fracasso. Quanto muito, só pequenos e ilusórios sucessos, frivolidades tão absurdas como o dinheiro ou a ambição. Mas no aspecto em que verdadeiramente mais desejaria triunfar, no angustiado esforço de tentar tornar feliz e perfeito um qualquer ente amado, então aí o fracasso revelava-se total, quase catastrófico. Deseja-se sempre tornar feliz o ser amado, parecendo-nos que a sua felicidade está perfeitamente ao nosso alcance. Basta que façamos isto, aquilo e aqueloutro. E empenhamo-nos com toda a boa-fé, fazemos tudo e mais alguma coisa, mas, de cada vez, o falhanço parece crescer mais e mais, agigantar-se, medonho e terrível. Podemos, inclusive, lançar por terra o nosso amor-próprio, esforçarmo-nos e lutarmos até aos ossos sem que as coisas melhorem, antes pelo contrário, com tudo a piorar de dia para dia, indo de mal a pior, e bem assim a almejada felicidade. Oh, a felicidade! Que medonho engano, não é!
Pobre March! Com toda a sua boa vontade e sentido das responsabilidades, ela esforçara-se até mais não, esforçara-se e lutara até começar a ter a sensação de que tudo, de que toda a vida não passava de um horrível abismo de poeira e vazio. Quanto mais nos esforçamos por alcançar a flor fatal da felicidade, tremulando, tão amorosa e azul, na beira de um barranco quase ao alcance da mão, tanto mais assustados ficamos ao apercebermo-nos do horrível e pavoroso abismo do precipício que se abre aos nossos pés, no qual acabaremos inevitavelmente por cair, como num poço sem fundo, se tentarmos ir mais longe. E então colhe-se flor após flor, mas nunca a flor, nunca aquela por que tanto ansiamos.