Alípio, perguntava se o roque não findara. E a tia Vicência apressara o chá, que o Manuel, seguido pela Gertrudes, com a bandeja de bolos, já começava a servir às senhoras. Jacinto, de pé, oferecendo chávenas, gracejava:
- Então tanta pressa, tanto medo, por causa de uma trovoadinha? Elas replicavam, familiarizadas, numa crescente simpatia pelo meu Príncipe: - Ora o senhor fala bem, porque fica debaixo de telhas... - Sempre o queríamos ver... com esta noite cerrada! Que fosse agora para Tormes. O voltarete findara nas duas mesas: e aqueles cavalheiros, das janelas, gritavam as ordens para o pátio negro, onde as traquitanas esperavam atreladas:
- Desce a cabeça da vitória, ó Diogo! - Acende o lampião, Pedro! Sempre ajuda a luz das lanternas. A Vicência, criada, chegava à porta com os braços carregados de xales, de mantilhas de renda. Como uma das Albergarias ia no assento de diante, da vitória, eu corri a buscar o meu casaco de borracha, para ela se abrigar, se a chuva viesse. E só o D. Teotónio, que tinha até casa meia légua de estrada boa, se não apressava, de novo filado no meu Príncipe, que levava para os lados mais solitários, em conversas profundas, que o seu dedo solene, espetado, sublinhava gravemente. Mas a tia Albergaria gritou que já chovia, - e então foi uma pressa das senhoras, que beijocavam vivamente a tia Vicência, enquanto os homens, na antecâmara, enfiavam açodadamente os paletós.
Jacinto e eu descemos ao pátio para acompanhar aquela debandada, - e uma a uma, a traquitana do Dr. Alípio, a vitória das Albergarias, a velha e imensa caleche dos Velosos, rolaram sob a noite, entre os nossos desejos de boa jornada. Por fim D. Teotónio calçou as luvas pretas e entrou para a sua caleche, dizendo a Jacinto: