Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 13: CAPÍTULO XIII

Página 210
- Pois, primo e amigo, Deus permita que do nosso encontro, e do mais que se passar, algum bem resulte a esta terra!

Subindo a escada, o meu Príncipe desabafou: - Este Teotónio é extraordinário! Sabes o que descobri por fim?... Que me toma por um miguelista, e imagina que eu vim para Tormes preparar a restauração de D. Miguel?!

- E tu? - Eu fiquei tão espantado, que nem o desiludi! - Pois sabe mais, meu pobre amigo. Todos pensam o mesmo, estão desconfiados, e receiam ver de novo erguidas as forcas em Guiães! E corre que tu tens o príncipe D. Miguel escondido em Tormes, disfarçado em criado. E sabes quem ele é? O Baptista!

- Isso é sublime! - murmurou Jacinto, com uns grandes olhos abertos. Na sala, a tia Vicência ainda nos esperava desconsolada, entre todas as luzes, que ardiam no silêncio e paz do serão debandado:

- Ora uma coisa assim! Nem quererem ficar para tomar um copinho de geleia, um cálice de vinho do Porto!

- Esteve tudo muito desanimado, tia Vicência! - exclamei desafogando o meu tédio. - Todo esse mulherio emudeceu, os amigos com um ar desconfiado...

Jacinto protestou, muito divertido, muito sincero: - Não! Pelo contrário. Gostei imenso. Excelente gente! E tão simples... Todas estas raparigas me pareceram ótimas.

E tão frescas, tão alegres! Vou ter aqui bons amigos, quando verificarem que eu não sou miguelista.

Então contámos à tia Vicência a prodigiosa história de D. Miguel escondido em Tormes... Ela ria! Que coisas! E mau seria...

- Mas o Sr. Jacinto, não é? - Eu, minha senhora, sou socialista... Acudi, explicando à tia Vicência que socialista era ser pelos pobres. A doce senhora considerava esse partido o melhor, o verdadeiro:

- O meu Afonso, que Deus haja, era liberal... Meu pai também, e até amigo do duque da Terceira.

<< Página Anterior

pág. 210 (Capítulo 13)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Cidade e as Serras
Páginas: 238
Página atual: 210

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I 1
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 26
CAPÍTULO IV 41
CAPÍTULO V 62
CAPÍTULO VI 75
CAPÍTULO VII 88
CAPÍTULO VIII 105
CAPÍTULO IX 144
CAPÍTULO X 177
CAPÍTULO XI 188
CAPÍTULO XII 195
CAPÍTULO XIII 201
CAPÍTULO XIV 212
CAPÍTULO XV 220
CAPÍTULO XVI 223