O Homem que Fora Consumido - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 12 / 14

- Hum! Que cortês, não há dúvida! - exclamou a trouxa, na vozinha mais sumida e ridícula, entre um guincho e um assobio, que jamais escutei. - Hum! Que cortês, realmente!

, Por pouco não gritei de terror e afastei-me, na tangente, para a extremidade oposta do quarto.

- Valha-me Deus, meu caro amigo - assobiou novamente a trouxa. Que... que... que... Ora esta, que se passa? Realmente, parece que não me conhece de maneira nenhuma.

Que podia eu responder? Sim, quê? Cambaleei até junto de uma cadeira de braços e, de olhos arregalados e boca aberta, aguardei a solução daquela coisa espantosa.

-, No entanto, é estranho que não me conheça, não é? - voltou então a guinchar o indefinível, que nessa altura notei estar a executar, em pleno chão, qualquer evolução inexplicável, muito análoga ao calçar de uma peúga. Contudo, apenas se via uma perna.

- No entanto, é estranho que não me conheça, não é? Pompey, traz-me essa perna! - E Pompey estendeu à trouxa uma esplêndida perna de cortiça, já vestida, que ela atarrachou num abrir e fechar de olhos; depois, vi a trouxa pôr-se de pé.

- E é que foi mesmo uma carnificina - continuou a coisa, como num solilóquio. - Mas a verdade é que uma pessoa não devia lutar contra os Bugaboos e os Kickapoos e julgar que se safava com uma simples beliscadura. Pompey, agradeço que me passes agora esse braço. O Thomas [virando-se pata mim] é sem dúvida o que há de mais habilidoso em pernas de cortiça; mas, se alguma vez pretender um braço, meu bom amigo, há-de deixar que o recomende ao Bishop.

Nesta altura, Pompey atarrachou um braço.

- Deram-nos um trabalhão, lá isso é verdade. Ouve lá, desgraçado, enfia-me os ombros e o tronco! O Petit é o melhor para ombros, mas para um tronco uma pessoa tem de dirigir-se ao Ducrow.

- Tronco! - exclamei.





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