O simpático amigo que me apresentou ao brigadeiro Smith sussurrou-me ao ouvido alguns comentários sobre a pessoa. Era um homem notável- um homem extremamente notável -, aliás um dos homens mais notáveis da sua época. Também entre as senhoras era especialmente benquisto - sobretudo por virtude da sua elevada reputação de coragem.
- Nesse aspecto não tem rival; é realmente um perfeito desalmado, um autêntico guerreiro, disso é que não restam dúvidas - disse o meu amigo, baixando excessivamente a voz e empolgando-me com o seu tom de mistério. - Um autêntico guerreiro, disso é que não restam dúvidas. Aliás, devo dizer que bem o mostrou, em grande parte, naquela tremenda guerra dos pântanos lá para o Sul, com os índios Bugaboos e Kichapoos (e neste ponto o meu amigo abriu muito os olhos). Deus seja louvado! Sangue e pólvora, e tudo o mais! Prodígios de bravura! Com certeza já ouviu falar dele? Como sabe, é o homem...
- Homem, como vai? Então como tem passado? Tenho o maior prazer em vê-lo - interrompeu então o próprio brigadeiro, tomando o meu companheiro pela mão ao aproximar-se e curvando-se rígida mas pronunciadamente quando lhe fui apresentado. Pensei então (e continuo a pensar) que nunca ouvira uma voz tão clara ou tão potente, nem observara mais bela dentadura; mas é forçoso que diga que me desagradou a interrupção naquele preciso momento, dado que, por virtude dos murmúrios e insinuações que atrás referi, o meu interesse pelo herói das campanhas dos Bugaboos e Kikhapoos tinha sido imensamente espicaçado.
No entanto, a conversa deliciosamente brilhante do brigadeiro por distinção John A. B. C. Smith não tardou a dissipar por completo a minha contrariedade. Como o meu amigo nos deixasse logo a seguir, tivemos um tête-à-tête bastante longo.
