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Capítulo 1: Os crimes da Rua Morgue

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verso refere-se, como te disse, a Oríon, que antigamente se escrevia Urion; e devido a certas contrariedades relacionadas com esta explicação tive a certeza de que não a podias ter esquecido. Era, pois, evidente, que não deixarias de associar as duas ideias, a de Chantillye a de Oríon. Bem vi que o tinhas feito pelo sorriso que passou nos teus lábios. Pensaste na imolação do pobre sapateiro. Até esse momento tinhas caminhado um pouco curvado. Reparei então que nessa altura te puseste muito direito. Tive a certeza de que estavas a pensar na minúscula figura de Chantilly. Neste ponto interrompi as tuas meditações dizendo-te que como ele era de facto muito baixinho (o tal Chantilly) faria melhor figura no Théâtre des Variétés.

Pouco depois desta conversa estávamos a ver uma edição da tarde da Gazette des Tribunaux quando nos chamou a atenção o título seguinte:

CRIMES EXTRAORDINÁRIOS. - Cerca das três horas da madrugada de hoje os habitantes do Quartier St. Roch foram arrancados ao sono por uma série de gritos terríveis, provenientes, ao que parecia, do quarto andar de uma casa da Rua Morgue ocupada unicamente por uma tal Madame L’espanaye e sua filha, Camille L’Espanaye. Depois de alguma demora causada pela tentativa de penetrar na casa pela maneira habitual, a porta foi arrombada com um pé-de-cabra e oito ou dez vizinhos entraram acompanhados por dois gendarmes. Nesse momento já os gritos haviam cessado; mas enquanto esta gente subia o primeiro lance de escadas ouviram-se duas ou mais vozes que discutiam rudemente e pareciam vir também dos andares superiores. Ao chegarem ao segundo patamar já não se ouviam as vozes e toda a casa estava em silêncio.

Os vizinhos separaram-se para procederem a uma busca quarto por quarto.

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Capa do livro Os Crimes da Rua Morgue
Páginas: 42
Página atual: 10

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Os crimes da Rua Morgue 1