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Capítulo 1: Os crimes da Rua Morgue

Página 27

»Voltei a colocar o prego no sítio e examinei-o atentamente, se uma pessoa tivesse saído pela janela poderia tê-la fechado, pois a mola funcionaria nesse sentido; mas não podia ter voltado a pôr o prego no sítio. A conclusão era óbvia e restringiu mais ainda o campo das minhas investigações. Os assassinos tinham saído pela outra janela. Supondo que as molas dos dois caixilhos eram iguais, como era provável, teria de ser encontrada uma diferença entre os pregos ou pelo menos entre a sua fixação. Trepei para a cama e, por cima da cabeceira, examinei atentamente a outra janela. Passei a mão por trás da cama e descobri imediatamente a mola, que era, como eu supunha, absolutamente idêntica à primeira. Examinei em seguida o prego. Era tão grosso como o outro e a fixação era a mesma.

»Dirás talvez que fiquei embaraçado; se assim pensas é porque não compreendeste a natureza das minhas induções. Para usar um termo de desporto «tinha acertado em todas»; nem por um instante me desviei da pista; não faltava um único elo à cadeia. Segui o mistério até às últimas consequências, e estas eram o prego. Este tinha, como disse, o mesmo aspecto do seu parceiro da outra janela; mas este facto era uma nulidade absoluta (por muito concludente que parecesse ser) em face da consideração que aqui, neste ponto, a pista terminava. É necessário, disse para comigo, «que haja algo errado neste prego». Toquei-lhe, ,e a cabeça juntamente com cerca de um quarto de polegada da haste, ficou-me entre os dedos. O resto da haste permaneceu no buraco dentro do qual se tinha quebrado. A fractura era antiga, pois os seus bordos estavam cobertos de ferrugem e tinha sido aparentemente feita por uma martelada que enterrara parte da cabeça do prego no fundo do caixilho.

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Capa do livro Os Crimes da Rua Morgue
Páginas: 42
Página atual: 27

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Os crimes da Rua Morgue 1