Os Crimes da Rua Morgue - Cap. 1: Os crimes da Rua Morgue Pág. 42 / 42

- Deixá-lo falar - disse Dupin, que não achara necessário responder. - Deixá-lo discursar. Enquanto fala, desabafa. Fico satisfeito por tê-lo vencido no seu campo. De qualquer modo, não é de admirar que ele não tenha conseguido decifrar o enigma; é que de facto, o nosso amigo prefeito é demasiado astuto para ser profundo. A sua ciência não tem fundamento. E só uma cabeça sem corpo, como a deusa Laverna, ou, no máximo, cabeça e ombros como o bacalhau. Mas não é mau tipo. Gosto dele, especialmente por uma maravilhosa espécie de tendência que ele tem e a que deve a sua reputação de génio. Refiro-me à maneira que ele tem de «nier ce qui est et d'expliquer ce qui n'est pas» (Negar o que existe e explicar o que não existe.» Rousseau, La Nouvelle Héloise).

FIM





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