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Capítulo 1: Uma descida no «Maelström»

Página 18
A sensação de queda desaparecera, e o movimento do barco parecia-se muito com o que o animara quando na cintura de espuma, exceptuando o facto de agora ir mais adornado. Recobrei ânimo e relanceei mais uma vez o olhar pelo cenário.

»Nunca esquecerei as sensações de medo, de horror e de espanto com que observei o que me cercava. O barco parecia estar suspenso, como por magia, a meio caminho do fundo, na superfície interna de um fosso de grande circunferência, de uma profundidade prodigiosa e cujas paredes perfeitamente lisas poderiam facilmente ter sido tomadas por ébano, não fosse a espantosa velocidade com que giravam em redor e a radiação fantasmagórica e cintilante que reflectiam quando os raios da Lua cheia, através da abertura circular que já descrevi, sulcavam, numa esteira doura e brilhante, as paredes negras, penetrando até aos confins dos mais profiro dos recessos do abismo.

»A princípio senti-me demasiado confundido para observar com rigor fosse o que fosse. A explosão geral desta terrífica magnificência era tudo o que conseguia contemplar. Quando me recompus um pouco, porém, baixei instintivamente os olhos para o fundo. Nessa direcção conseguia ter uma perspectiva sem obstáculos, devido ao modo como a sumaca esta suspensa sobre a superfície inclinada do fosso. Navegava quase direita isto é, com o convés paralelo ao plano da água -, mas esta estava inclinado; segundo um ângulo de mais de quarenta e cinco graus, de maneira que parecíamos navegar sobre o costado. Não pude, todavia, deixar de observar que não sentia maior dificuldade em manter-me de pé nessa situação do que se navegássemos com o navio horizontal; e isto, creio, devia-se à velocidade a que girávamos.

»Os raios da Lua pareciam explorar o próprio

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Capa do livro Uma descida no Maelstrom
Páginas: 23
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Os capítulos deste livro:
Uma descida no «Maelström» 1