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Capítulo 1: Uma descida no «Maelström»

Página 22
Pensei por fim que ele compreendera os meus desígnios - mas, fosse esse ou não o caso, abanou desesperadamente a cabeça e recusou-se a abandonar a sua posição, junto à cavilha. Era impossível forçá-lo. A emergência não admitia perda de tempo e, assim, debatendo-me com a angústia, abandonei-o ao seu destino, amarrei-me ao barril com os cabos que o prendiam à cabina e precipitei-me com ele no mar, sem mais hesitações.

»O resultado foi precisamente aquele que esperava. Como sou eu mesmo que lhe conto este episódio, como vê que realmente me salvei e como já está a par da maneira como esse salvamento se deu e assim pode certamente prever o que tenho ainda para relatar, terminarei rapidamente a história. Terá passado uma hora, ou cerca disso, desde que abandonara a sumaca, quando, tendo descido até grande distância abaixo de mim, ela deu duas ou três loucas voltas em rápida sucessão e, levando consigo o meu querido irmão, mergulhou de proa, de uma vez por todas, no caos de espuma do fundo. O barril a que eu estava amarrado mergulhou até pouco mais de meia distância entre o fundo do abismo e o local onde eu saltara do barco, até que uma transformação radical ocorreu no carácter do turbilhão. O declive das paredes do grande túnel começou instantaneamente a diminuir. As rotações do turbilhão foram-se tornando, a pouco e pouco, cada vez menos violentas. Gradualmente, a espuma e o arco-íris desapareceram, e o fundo do abismo pareceu subir lentamente. O céu estava limpo, o vento caíra e a Lua cheia punha-se radiosamente a oeste, quando dei por mim à superfície do oceano, à vista da costa de Lofoten e acima do local onde tinha estado o fosso do moskoeström. Era a hora da acalmia - mas o mar erguia-se ainda em vagas alterosas, sob o efeito do furacão.

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Os capítulos deste livro:
Uma descida no «Maelström» 1