- É só uma questão de lhe mostrar como é absurdo.
- Para já é o meu nome que anda na boca de todos - interrompeu Anson. - E isso é tudo o que lhe diz respeito, Cary.
- A Edna não pertence à sua família.
- Claro que pertence!- A sua raiva aumentava. - Olhe: deve esta casa e os anéis que tem nos dedos à inteligência do meu pai. Quando o tio Robert casou com ela, ela não tinha um tostão.
Todos olharam para os anéis como se eles tivessem um peso significativo na situação. Edna fez um gesto para os tirar da mão.
- Acho que não são os únicos anéis no mundo - disse Sloane.
- Oh, isto é absurdo...,- gritou Edna. - Anson, queres escutar-me? Já descobri como começou esta estúpida história. Foi uma criada que despedi que foi direita para os Chilicheffs, todos esses russos tiram nabos da púcara dos criados e depois atribuem-lhes falsos significados. - Zangada, bateu com o punho na mesa. - E isto depois do Robert lhes ter emprestado a limusina durante um mês inteiro quando estivemos no sul no Inverno passado.
- Está a ver? - perguntou Sloane ansioso.
Essa criada viu as coisas pelo lado errado. Sabia que eu e a Edna éramos amigos e foi contá-lo aos Chilicheffs. Na Rússia partem do princípio de que quando um homem e uma mulher...
Estendeu o tema até uma dissertação sobre as relações sociais no Cáucaso.
- Se assim é, o melhor é explicar tudo ao tio Robert - disse Anson secamente - para que, quando os boatos lhe chegarem aos ouvidos, ele já saiba que são falsos.
Adoptando o método que seguira com Edna ao almoço deixou que eles lhe explicassem tudo. Sabia que eram culpados e que daí a pouco atravessariam a linha da explicação para a justificação e que eles próprios se denunciariam mais claramente do que ele jamais conseguiria fazer.
