John deixou-se ficar deitado e quieto enquanto lhe tiravam o pijama. Estava divertido e deliciado; estava à espera de ser erguido como uma criança por este Gargântua negro que estava cuidando dele, mas nada disso aconteceu: em substituição, sentiu a cama inclinar-se lentamente para o lado, e começou a rolar, primeiro espantado, na direcção da parede, mas quando se aproximou dela, os reposteiros abriram-se e, deslizando mais dois metros por um declive aveludado, caiu suavemente para dentro de água à temperatura do seu corpo.
Olhou à volta. A rampa, ou o escorrega que o transportara, voltara a enrolar-se devagar. Fora projectado para um outro aposento e estava sentado num banho de imersão com a cabeça um pouco acima do nível do chão. A toda a volta, forrando as paredes do quarto e os lados e o fundo da própria banheira, havia um aquário azul e, olhando através da superfície de cristal onde estava sentado, podia ver os peixes nadando entre luzes âmbar e deslizarem sem qualquer curiosidade até junto dos dedos estendidos dos seus pés que estavam separados deles somente pela espessura do cristal. Do alto entrava o sol através de vidros verde-mar.
- Supus que preferiria água de rosas quente e espuma para agora de manhã, e talvez água salgada fria para terminar.
O negro estava a seu lado.
- Pois sim, - concordou John sorrindo com ar palerma - como quiser. Qualquer intenção de pedir aquele banho, de acordo com o seu modesto nível de vida, teria sido pretensiosa, se não um tanto perversa.
O negro carregou num botão e começou a cair uma chuva quente aparentemente vinda de cima mas, na verdade, conforme John descobriu passado um momento, vinda de um conjunto de fontes perto da banheira.