O Grande Gatsby - Cap. 6: Capítulo VI Pág. 100 / 173

- Os automóveis é que...

- Pois é.

Movido por um impulso irresistível, Gatsby voltou-se para Tom, que aceitara ser-lhe apresentado, como se fossem estranhos um ao outro.

- Creio que nos conhecemos de qualquer lado, senhor Buchanan.

- Oh, sim! - disse Tom com rude delicadeza, mas manifestamente não se lembrando de onde. - Tem razão! Lembro-me agora perfeitamente!

- Encontrámo-nos há cerca de duas semanas.

- Exactamente. Estava o senhor aqui com o Nick.

- Conheço a sua esposa - continuou Gatsby, quase agressivamente.

-Ah sim?

Tom virou-se para mim:

- Vive aqui perto, Nick?

- Mesmo ao lado.

- Ah, sim?

O senhor Sloane não entrou na conversa - continuou pachorrentamente sentado, a olhar com sobranceria; e a mulher também não se manifestou a não ser ao segundo uísque com soda, e com inesperada cordialidade:

- A sua próxima festa, havemos de vir todos, senhor Gatsby! - propôs ela. - Que nos diz?

- De acordo! Terei muito prazer em vê-los por cá!

- Que gentileza! - disse o senhor Sloane, sem gratidão. - Bom... já devíamos estar a caminho de casa.

- Deixem-se estar, que estão muito bem! - instou Gatsby, já a controlar a situação e a querer descobrir mais coisas em Tom. - Porque é que vocês não... por que não ficam para jantar? Não me admirava nada se aparecessem cá em casa mais pessoas de Nova Iorque.

- Venha o senhor jantar comigo! - disse a dama, entusiasticamente. - Aliás, venham os dois!

O outro era eu. O senhor Sloane pôs-se em pé.

- Venha daí! - disse ele, mas era só com ela.

- Estou a falar a sério! - insistiu ela. - Gostaria imenso de os receber! Espaço não falta!

Gatsby olhou para mim, interrogativamente. Apetecia-lhe ir e não percebia que o senhor Sloane estava decidido a evitá-lo.





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