Virou-se para a senhora Mckee e a sala ressoou em pleno com o seu riso artificial:
- Minha cara - exclamou -, vou dar-lhe este vestido assim que estiver farta dele. Tenho de comprar outro amanhã. Vou fazer uma lista de todas as coisas que preciso de fazer. Uma massagem e uma permanente ao cabelo, e comprar uma coleira para o cão, um desses cinzeiros pequenos, muito engraçados, de carregar na mola, e uma coroa com laço de seda preta para a sepultura da minha mãe, que dure o Verão inteiro. Tenho de escrever tudo num papel, não vá eu esquecer-me de alguma das coisas que preciso de fazer.
Eram nove horas da noite - e quando, quase imediatamente a seguir, olhei para o relógio, verifiquei que já eram dez. O senhor Mckee tinha adormecido numa cadeira, com os punhos fechados no colo, como uma fotografia de um homem de acção. Tirei o lenço do bolso e limpei-lhe da cara a mancha de sabão seco que toda a tarde me tinha afligido.
O cãozito estava sentado em cima da mesa a olhar como cego através do fumo e de vez em quando gania debilmente. As pessoas desapareciam e voltavam a aparecer, faziam planos para irem a qualquer sítio e logo se perdiam umas das outras, procuravam-se umas às outras e de repente encontravam-se a alguns pés de distância.