Flôr alta do paúl da grey,
Antemanhã da Redempção,
N’elle uma hora incarou el.rey
Dom Sebastião
* * *
O sopro da ansia que nos leva
A querer ser o que já fomos,
E em nós vem como em uma treva,
Em vãos assomos,
* * *
Bater à porta ap nosso gesto,
Fazer apelo ao nosso braço,
Lembrar ao sangue nosso o doesto
E o vil cansaço,
* * *
N’elle um momento clareou,
A noite antiga se sentiu,
Mas que segredo é que ficou
No escuro frio?
* * *
Que memoria, que luz passada
Projecta, sombra, no futuro,
Dá na alma? Que longínqua espada
Brilha no escuro?