Vivemos só de recordar.
Na nossa alma entristecida
Há um som de reza a invocar
A morte vida;
* * *
E um mystico vislumbre chama
O que, no plano trespassado,
Vive ainda em nós, longínqua chamma –
O DESEJADO.
* * *
Sim, só há a esp’rança, como aquella
- E quem sabe se a mesma? – quando
Se foi de Aviz a ultima estrella
No campo infando.
* * *
Novo Alcacer-Kibir na noite!
Novo castigo e mal do fado!
Porque pecado novo o açoite
Assim é dado?
* * *
Só resta a fé, que a sua memória
Nos nossos corações gravou,
Que Deus não dá paga illusoria
A quem amou.