Capítulo 5: Capítulo 5
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Da alegria suprema soa o grito de horror, ou um lamento anelante sobre uma perda irreparável. Daquelas festas gregas irrompe um impulso sentimental da natureza, como se ela tivesse que lamentar seu desmembramento em indivíduos. O canto e a linguagem mímica de tais entusiastas diferentemente dispostos, foi para o mundo grego-homérico algo de novo e inaudito: e principalmente a música dionisíaca lhe provocou sobressalto e terror. Se a música já era, aparentemente, conhecida como uma arte Apolínica, então só o era como ondulação do ritmo, cuja força criativa era desenvolvida para a representação de estados apolínicos. A música Apolínica era arquitetura dórica em sons, mas em sons somente indicados, como são próprios da cítara. Cuidadosamente se manteve à distância, como não-Apolínico, o elemento que perfaz o caráter da música Dionisíaca, e com isto da música propriamente dita, a força comovedora do som, o curso unitário da melodia e o mundo incomparável da harmonia. No ditirambo dionisíaco é impelido o homem para o maior aumento de suas aptidões simbólicas. Algo jamais sentido se precipita para a manifestação, a destruição do véu da Maia, o fato de ser uno como gênio da espécie e até mesmo da natureza. Agora o ente Natureza deve exprimir-se simbolicamente, é necessário um novo mundo dos símbolos, primeiramente todo o simbolismo corporal, não somente o simbolismo da boca, do rosto, da palavra, mas o mimismo completo da dança, que movimenta todos os membros em ritmo. Depois crescem intempestivamente as outras forças simbólicas, as da música em ritmo, dinamismo e harmonia.
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Páginas: 164
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