Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 8: Capítulo 8

Página 44
Por isso se misturaram maravilhosamente na canção e na disposição lírica a vontade (o interesse pessoal dos fins) e a contemplação pura da vizinhança que se apresenta; se buscam e se imaginam relações entre ambas, a disposição subjetiva, a afeição da vontade comunicam à vizinhança, e esta novamente àquela, sua cor em reflexo. A prova de todo este estado de alma tão mesclado e dividido é a canção verdadeira”.

Quem poderia desconhecer nesta descrição, que aqui se caracteriza o lirismo como uma arte alcançada imperfeitamente como uma arte que está sempre saltando e que poucas vezes alcança o fim, mesmo como uma semi-arte, cuja essência devesse consistir na vontade e na contemplação pura; isto é, que o estado não-estético e o estético estivessem admiravelmente misturados? Nós, pelo contrário, asseveramos que toda a contradição segundo a qual, segundo um medidor de valores, divide Schopenhauer as artes, a contradição do subjetivo e a do objetivo, são impróprios na estética em virtude do sujeito, o indivíduo desejoso e que fomenta seus propósitos egoístas, só poder ser considerado como inimigo, e não como origem da arte. Mas, sendo o sujeito artista, este está já redimido de sua vontade individual e se converte em médium, através do qual festeja o sujeito que realmente existe, sua redenção na aparência. Por isto, para nossa humilhação e realce, deve estar diante de nossa vista, que toda a comédia artística não se representa para nós, talvez para nossa melhoria ou para nossa imitação, e mais que nós somos, tampouco, os criadores verdadeiros daquele mundo de arte; mas sim podemos supor de nós mesmos que somos, para o verdadeiro criador da mesma, imagens e projeções artísticas, o que têm na significação de obras de arte nossa maior dignidade, pois só como fenômeno artístico são justificados eternamente a existência e o mundo; enquanto que nossa consciência sobre esta nossa significação não é mais do que a que têm guerreiros pintados numa tela, da batalha nela representada.

<< Página Anterior

pág. 44 (Capítulo 8)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Origem da Tragédia
Páginas: 164
Página atual: 44

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 6
Capítulo 3 18
Capítulo 4 19
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 34
Capítulo 8 39
Capítulo 9 46
Capítulo 10 51
Capítulo 11 57
Capítulo 12 65
Capítulo 13 72
Capítulo 14 76
Capítulo 15 83
Capítulo 16 90
Capítulo 17 94
Capítulo 18 100
Capítulo 19 106
Capítulo 20 113
Capítulo 21 120
Capítulo 22 125
Capítulo 23 135
Capítulo 24 139
Capítulo 25 147
Capítulo 26 153
Capítulo 27 158
Capítulo 28 163