E quando vós, amortecida,
se lágrimas vos faltavam,
não faltava
a vosso filho e vossa vida
chorar as que lhe ficaram
de quando orava.
Porque muito mais sentia
polos seus padecimentos
ver-vos tal;
mais que quanto padecia,
lhe doía,
e dobrava seus tormentos,
vosso mal.
Se se pudesse dizer,
se se pudesse rezar
tanta dor;
Se se pudesse fazer
podermos ver
qual estáveis ao cravar
do Redentor!
Ó fermosa face bela,
ó resplandor divinal,
que sentistes,
quando a cruz se pôs à vela,
e posto nela
o filho celestial
que paristes?
Vendo por cima da gente
assomar vosso conforto
tão chagado,
cravado tão cruelmente,
e vós presente,
vendo-vos ser mãe do morto,
e justiçado!
Ó Rainha delicada,
santidade escurecida,
quem não chora
em ver morta e debruçada
a avogada,
a força da nossa vida?
Amb.