Ora, Ines, que hajais benção
De vosso pae e a minha,
Que venha isto a concrusão.
Viste tão parvo vilão?
Eu nunca tal cousa vi.
Nem tanto fóra de mão.
LIANOR
Quereis casar a prazer
No tempo d’agora, Ines?
Antes casa, em que te pês,
Que não he tempo d’escolher.
Sempre eu ouvi dizer:
Ou seja sapo ou sapinho,
Ou marido ou maridinho,
Tenha-o que houver mister,
Este he o certo caminho.
MÃE
Pardeos, amiga, essa he ella;
Mata o cavalo de sela,
E bô he o asno que me leva.
LIANOR
Filha, no chão de Couse,
Quem não poder andar choute.
Mais quero eu quem m’adore,
Que quem faça com que chore.
Chamâ-lo-ei, Ines?
INES
Si,
Venha e veja-me a mi,
Quero ver, quando me vir,
Se perderá o presomir
Logo em chegando aqui,
Pera me fartar de rir.