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Capítulo 15: Argus, o Cão Fiel

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Comoveu-se; porém, ao lobrigar - levantando-se custosamente sobre as patas que tremiam - o velho Árgus, amigo de sempre! Deixara-o com melancolia imensa quando partira para Tróia. Em criança, compartilhara o cão de todos os folguedos do dono. Corriam juntos, juntos caçavam lebres, cabras selvagens, e os esquivos veados. Ulisses dava-lhe de comer na mão. E ai de quem tocasse no menino! Logo mordia o malvado, logo ladrava para afastar a gente de má catadura. Também, estimavam-no a valer. De pêlo nédio e lavado, jamais lhe faltava a comida - e até acepipes da própria mesa de Ulisses. Pertencia à família. E hoje, - pensava Ulisses - como tratariam o velho Árgus?

A grande aflição que reinava na alma de Penélope e de Telémaco não os deixava, - bem se via - cuidar do mísero animal. Trôpego; lazarento, magro, sujo, o cão envelhecera depressa. Deitara-se fora do canil, em cima do estrume, devorado de pulgas, quase cego. Mas, ao ouvir a voz de Ulisses, mexeu a cauda, encolheu as orelhas, quis erguer-se. Coitadito! Não teve forças para correr, latindo e saltando, ao encontro do dono. Quem sabe se então lhe lembrariam as brincadeiras doutros tempos, as impetuosas caçadas aos bichos bravos, a força com que dominava os ladrões perigosos, o entusiasmo que o

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Capa do livro Odisseia
Páginas: 129
Página atual: 116

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A Odisseia 1
Telémaco e os Pretendentes 2
Calipso 8
A Tempestade 13
Nausica 19
O Cavalo de Pau 32
Polifemo e Ninguém 41
Éolo e Circe 54
Ulisses no Inferno 66
As Sereias Sila e Caribdes 75
Os Rebanhos do Sol 85
Ulisses Despede-se de Córcira 90
Eumeu, o Feitor de Ulisses 96
Telémaco Reconhece Ulisses 103
Argus, o Cão Fiel 114
Derrota dos Pretendentes, Vitória de Ulisses 118