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O espirro de Telémaco fora um desabafo r incontido de fúria e desespero. Era cedo ainda, porém, para dar largas à cólera que o oprimia. Instante a instante, seu pai dava-lhe o exemplo da serenidade e do sangue-frio, da coragem que não desvaira e da fé que não tem medo do futuro...
Caiu a noite. Chegou à porta do palácio um jovem mendigo - verdadeiro, esse - que ao ver Ulisses, julgou estar na presença de um concorrente, e quis bater-lhe. Mas o Herói invencível, arregaçando a túnica, mostrando os músculos vigorosos, fê-lo morder o pó. Todos aplaudiram a proeza magnífica - e os pretendentes começaram a olhar com respeito aquele estrangeiro de tão modesta aparência, mas que não receava bater-se contra um homem em plena mocidade. Não desistiram, porém, de vexá-lo e agredi-lo por palavras. Ulisses respondia apenas: «Se Ulisses algum dia volta, veremos quem é capaz de resistir à sua justa cólera!...
Os doestos, os insultos calavam-se então por momentos. Mas logo recrudesciam, continuavam, interrompidos só pela glutonice dos pretendentes, que não se cansavam de comer e beber iguarias famosas e vinhos de dulcíssimo sabor.