São navios mágicos: - não possuem nem leme, nem piloto, mas juízo como os seus tripulantes. Andam muito depressa, sempre envoltos numa nuvem obscura que os não deixa ser vistos, e nunca têm a recear naufrágios, escolhos, ventos ou ondas bravas... Conta-nos, pois, sem disfarce, como perdeste o rumo no mar alto; que cidade e gentes viste; quais os homens que te foram cruéis e selvagens, e quais te foram hospitaleiros. Conta ainda porque choras ao ouvir falar das desgraças dos Gregos e do cerco de Tróia e se, diante dos muros dessa capital, te morreu alguém muito querido. Sê franco, sê leal para connosco, e não ocultes nem uma parcela da verdade, como nós não ocultamos o nosso desejo sincero de te auxiliar e proteger...»
Ulisses não podia deixar de satisfazer o pedido de Alcino, que tão bem o acolhera. E, entre o silêncio de todos os príncipes e chefes, preparou-se para contar a história da sua vida e tribulações. E o Herói subtil, dominando a saudade que afogava de pranto os seus olhos, principiou assim…