Mas de quem o Herói falou com maior largueza foi de Agamémnon, de Aquiles, de Pátroclo, de Antíloco e de Ajax, seus companheiros e amigos do cerco de Tróia. De Aquiles, sobretudo, desse chefe de inigualável valentia que nunca ninguém vencera, e que só uma seta perdida, cravando-se no calcanhar - única parte do seu corpo vulnerável aos golpes - prostrara e matara; de Aquiles que, nunca olvidado das vitórias e da glória que em vida obtivera, dizia antes querer servir de criado na casa de um pobre camponês, do que ser rei e senhor no pálido reino das sombras!
«Confortei-o e consolei-o - disse Ulisses contando-lhe que o filho, o destemido Neoptolemo, era um digno sucessor do pai, tendo desbaratado e derrotado um sem-número de Troianos, sempre de espada em punho e de alma disposta aos maiores sacrifícios pela causa dos Gregos...
«Andei, - prosseguiu Ulisses - mais tempo ainda no convívio das sombras. Mas tantas me perseguiram, tantas me interrogaram, chamando, gritando, chorando, que o medo tomou-me e resolvi fugir-lhes. Por isso, regressei à luz e à alegria da vida, e ordenei aos meus marinheiros que pegassem nos remos, e que remassem depressa. Logo que o navio sulcou as águas do Oceano, o reino da Morte se escondeu no horizonte fugidio do mar...»