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Devorado também de fome, rodeiam-no árvores famosas, carregadas de frutos óptimos: - pêras, romãs, laranjas, figos, azeitonas. Mas quando o desgraçado ergue o braço para os apanhar, não sei que vento bravo sopra que eles sobem até às nuvens... E Tântalo, imortal no seu incomportável sofrimento, morre, instante a instante, à fome e à sede...
O tormento de Sísifo também Ulisses o evocou - mostrando esse rei desumano, assassino de homens, mulheres e crianças indefesas, a empurrar um grande e pesado rochedo que tenta levar ao cume de um monte penhascoso, em cujas asperezas fere os pés e as mãos... Mal o rochedo alcança o cume ambicionado, logo uma força oculta o repele, e o despenha até à planície. Recomeça Sísifo a tarefa extenuante. O suor cai-lhe torrencialmente da cabeça e do corpo. Ofegante, treme e suspira. Nuvens de pó envolvem-no todo, erguidas pelo rolar da pedra gigantesca.
Ele não cessa, porém, de carregá-la pelo monte acima, cumprindo assim a pena que o destino lhe impusera para redenção das suas crueldades.
Ulisses falou também de Hércules, temeroso gigante, e de tal modo pleno de força e ousadia que, mesmo depois de morto e feito sombra, às outras sombras do Inferno metia medo...