Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 5: Os dois encontros

Página 146
O pequeno Fox queria ter mais alguns dias de férias para assistir à queda do pavilhão; porém o pai exigia que ele voltasse para o colégio no dia fixado para o início das aulas; daí a discussão entre o pai e o filho. A mãe, como todas as mães, apoiou o pequeno Fox. O pai prometeu então solenemente ao filho que esperaria as férias seguintes para demolir o pavilhão. Fox voltou para o colégio. O pai julgou que o pequeno, distraído pelos seus estudos, esqueceria aquela circunstância e mandou demolir o quiosque, que foi reconstruído noutro local. Obcecado, o pequeno só pensava no quiosque. Quando voltou para a casa paterna, seu primeiro cuidado foi ir ver o pavilhão; mas, à hora do almoço, aproximou-se muito triste do pai e disse-lhe: Papai enganou-me. O velho fidalgo inglês replicou com uma confusão cheia de dignidade: É verdade, meu filho, mas repararei minha falta. É preciso estimar mais a sua palavra do que a fortuna, por que cumprir a palavra dá fortuna, e todas as riquezas do mundo não apagam a mancha feita à consciência pela falta de palavra. O pai mandou reconstruir o velho pavilhão; em seguida, ordenou que o pusessem abaixo aos olhos do filho. Que isto, Gustavo, lhe sirva de lição.

Gustavo, que escutara atentamente o pai, fechou num instante o livro. Houve um momento de silêncio, durante o qual o general se apoderou de Moina, que lutava contra o sono, e a encostou a si com todo o carinho. A pequenina deitou a cabeça no peito do pai e adormeceu profundamente, envolta nas madeixas douradas dos seus lindos cabelos. Nesse momento, ressoaram passos rápidos na rua, sobre a terra; e, logo em seguida, três pancadas à porta despertaram os ecos da casa. Essas pancadas prolongadas tiveram uma significação tão fácil de compreender como o grito de um homem em perigo de morte, O cão de guarda ladrou com fúria.

<< Página Anterior

pág. 146 (Capítulo 5)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Mulher de Trinta Anos
Páginas: 205
Página atual: 146

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Primeiros erros 1
Sofrimentos desconhecidos 75
Aos trinta anos 98
O dedo de Deus 123
Os dois encontros 138
A velhice de uma mãe culpada 190