- Mas... sim - respondeu o estudante que segurava os dois sacos na mão e tinha-se levantado para subir ao quarto.
Vautrin saía pela porta que dava para o salão e o estudante predispunha-se a sair por aquela que levava à escada.
- Sabeis, senhor marquês de Rastignacorama, que o que me dizeis não é propriamente de boa educação - disse então Vautrin batendo na porta do salão e voltando-se para o estudante que o olhava com frieza.
Rastignac fechou a porta da sala de jantar, levando com ele Vautrin até ao pé da escada, no pequeno patamar que separava a sala de jantar da cozinha, onde estava uma grande porta que dava sobre o jardim e que tinha na parte de cima um vidro com grades de ferro. Aí, o estudante disse em frente de Sylvie que saía da cozinha:
- Senhor Vautrin, não sou marquês e não me chamo Rastignacorama.
- Vão lutar - disse a menina Michonneau com um ar indiferente.
- Lutar! - repetiu Poiret.
- Nada disso - respondeu a senhora Vauquer, acariciando o seu monte de moedas.
- Mas ei-los já debaixo das tílias - gritou a menina Victorine, levantando-se para olhar para o jardim. - Este pobre rapaz tem no entanto razão.
- Subamos, minha querida pequena - disse a senhora Couture -, estes assuntos não nos dizem respeito.
Quando a senhora Couture e Victorine se levantaram, encontraram, à porta, a gorda Sylvie que lhes travava a passagem.
- Então, que se passa? - disse. - O senhor Vautrin disse ao senhor Eugène: «Expliquemo-nos!» Depois pegou-lhe no braço e eis que passeiam no meio das nossas alcachofras.
Neste momento, Vautrin apareceu.
- Mamã Vauquer - disse, sorrindo -, não vos assustais, vou experimentar as minhas pistolas debaixo das tílias.
- Oh!, senhor - disse Victorine juntando as mãos -, por que quer matar o senhor Eugène?
Vautrin deu dois passos atrás e contemplou Victorine.