Capítulo 1: O PAI GORIOT
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Antes de sair, quando a sua protectora virou costas, Victorine colocou um beijo na testa de Eugène com toda a felicidade que lhe devia causar este roubo criminoso. Olhou para o quarto, abraçou por assim dizer num só pensamento as mil felicidades desse dia e fez um quadro que contemplou durante muito tempo, e adormeceu como a mais feliz criatura de Paris. A festança durante a qual Vautrin tinha feito beber a Eugène e ao pai Goriot vinho drogado decidiu a perda desse homem. Bianchon, meio bêbedo, esqueceu-se de questionar a menina Michonneau sobre a Morte-em-Pé. Se tivesse pronunciado esse nome, teria certamente despertado a prudência de Vautrin, ou, para lhe dar o verdadeiro nome, Jacques Collin.. umas das celebridades das prisões. Depois o epíteto de Vénus do Pére-Lachaise decidiu a menina Michonneau a libertar o forçado no momento em que, confiante na generosidade de Collin, calculava se não seria melhor preveni-lo e fazê-lo escapar durante a noite. Tinha acabado de sair acompanhada por Poiret, para ir encontrar Q. famoso chefe da polícia de segurança, na pequena Rua da Sainte-Anne, pensando ainda estar a lidar com um empregado superior nomeado Gondureau. O director da Polícia Judiciária recebeu-a gentilmente. Depois, após uma conversa onde tudo ficou esclarecido, a senhora Michonneau pediu a poção com a ajuda da qual devia verificar a marca. Pelo gesto de contentamento que fez o grande homem da pequena Rua Sainte-Anne, procurando uma garrafinha numa gaveta da escritório, a menina Michonneau adivinhou que havia nesta captura algo de mais importante do que simples prisão de um simples evadido. De tanto procurar na cabeça, desconfiou que a polícia esperava, após algumas revelações feitas pelos traidores da prisão, conseguir chegar a tempo de pôr a mão sobre somas consideráveis.
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