O Pai Goriot - Cap. 1: O PAI GORIOT Pág. 193 / 279

Se ela me ama, vira várias vezes a mirtha casa passar o dia com ele. Essa grande condessa de Restaud é uma infame, seria capaz de transformar o pai num porteiro. Querida Delphina! É melhor para o velhote, é digna de ser amada. Ah! Esta noite serei então feliz! Puxou do relógio, admirou-o. Tudo me corre bem! Quando nos amamos para sempre, podemos ajudar-nos, posso receber isto. Além disso, irei vingar sem dúvida e poderei devolver-lhe tudo a duplicar. Não há nesta relação nem crime, nem nada que possa fazer franzir o sobrolho à mais severa virtude. Quantas pessoas honestas contraem uniões semelhantes! Não enganamos ninguém, e o que nos mancha é a mentira. Mentir, não é abdicar? Ela está há muito separada do marido. Além disso, eu direi a esse alsaciano, para me ceder a mulher que lhe é impossível tornar feliz.»

O combate de Rastignac durou muito tempo. Embora a vitória ficasse como uma das virtudes da juventude, foi no entanto trazido por uma curiosidade invencível por volta das 16 horas e 30 minutos, já ao cair da noite, para a casa Vauquer, que jurava a si mesmo deixar para sempre. Queria saber se Vautrin tinha morrido. Após ter tido a ideia de lhe administrar um medicamento para vomitar, Bianchon tinha despachado para o hospital os vómitos de Vautrin, a fim de os analisar quimicamente. Ao ver a insistência que a menina Michonneau tinha para os atirar dali para fora, as desconfianças dele aumentaram. Vautrin tão rapidamente restabelecido que Bianchon não desconfiou de qualquer complot contra o alegre animador da pensão. No momento em que Rastignac entrou, Vautrin encontrava-se já de pé perto do fogão na sala de jantar. Atraídos mais cedo do que costume pela notícia do duelo de Taillefer filho, os pensionistas, curiosos para conhecer os detalhes do assunto e a influência que tinha tido sobre o destino de Victorine, estavam reunidos, menos o pai Goriot, e falavam dessa aventura.





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