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Capítulo 1: O PAI GORIOT

Página 249
Rastignac saiu, perguntou pelo marquês de Ajuda no hotel de Rochefide, onde devia passar o serão, e onde o encontrou. O marquês levou-o a sua casa entregou uma caixa ao estudante, e disse-lhe:

- Estão aí todas. - Parecia querer falar a Eugène, quer para o questionar sobre os acontecimentos do baile e sobre a viscondessa, quer para lhe revelar que talvez já estivesse arrependido com esse casamento, como acabou por ficar mais tarde, mas um raio de orgulho brilhou nos seus olhos e teve a coragem deplorável de guardar o segredo sobre os seus mais nobres sentimentos - Não lhe fale de mim, meu caro Eugène. - Apertou a mão de Rastignac com um movimento afectuosamente triste e fez-lhe sinal de partir.

Eugène voltou ao hotel de Beauséant, e foi introduzido no quarto da viscondessa, onde viu os preparativos para uma viagem. Sentou-se perto do lume já em brasas e caiu numa profunda melancolia. Para ele, a senhora de Beauséant tinha as proporções das deusas da Iliada.

- Ah! Meu amigo - disse a viscondessa entrando e apoiando uma mão no ombro de Rastignac.

Avistou a prima em lágrimas, de olhos levantados, uma mão trémula, a outra levantada. Pegou de repente na caixa, atirou-a para o fogo e viu-a arder. - Estão a dançar! Vieram todos sem falta, enquanto a morte virá mais tarde. Chiu! Meu amigo - disse, pondo um dedo sobre aboca de Rastignac pronto a falar. - Não voltarei a ver mais nem Paris nem a sociedade. Às 5 horas da manhã' vou partir para ir enterrar-me no fundo da Normandia. Desde as 15 horas que fui obrigada a fazer os meus preparativos, assinar actas, tratar de negócios; não podia mandar ninguém a casa de... - ela parou. - Era certo que ele se encontraria na casa de... - parou de novo, desfeita pela dor. Nesses momentos tudo é sofrimento e algumas palavras são impossíveis de pronunciar: - Enfim - retomou -, contava consigo para este último serviço.

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Capa do livro O Pai Goriot
Páginas: 279
Página atual: 249

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
O PAI GORIOT 1