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Capítulo 1: O PAI GORIOT

Página 36
da vis condessa de Beauséant, o joelho na Chaussée d'Antin na casa da condessa de Restaudl Mergulhar com um olhar nos salões de Paris, uns a seguir aos outros, e achar-se suficientemente bem parecido para lá encontrar ajuda e protecção no coração de uma mulher! Sentir-se suficientemente ambicioso para dar um valente pontapé à corda esticada na qual tem de se andar com a segurança de um trapezista que não irá cair e ter encontrado numa encantadora mulher o melhor equilibrador! Com esses pensamentos e frente a essa mulher que se erigia, sublime entre o código e a miséria, quem não teria como Eugene sondado o futuro através de uma meditação, quem não o teria recheado de sucesso? O seu pensamento vagabundo gozava antecipadamente com tanta intensidade as suas felicidades futuras que julgava ir ter junto da senhora de Restaud quando um suspiro perturbou o silêncio da noite, ressoou no coração do jovem de tal forma que o associou ao agonizar de um moribundo. Abriu devagar a porta e quando se encontrou no corredor, avistou um fio de luz por baixo da porta do pai Goriot. Eugene temeu que o vizinho se encontrasse indisposto, aproximou o olho da fechadura, olhou para dentro do quarto e viu o velho ocupado com trabalhos que lhe pareceram demasiado criminosos para que não pensasse estar a fazer um favor à sociedade ao examinar muito bem o que maquinava durante a noite aquele que se dizia fabricante de aletria. O pai Goriot, que parecia ter atado na base de uma mesa voltada ao contrário um prato e uma espécie de sopeira de cobre, girava um cabo à volta desses objectos tão ricamente esculpidos, apertando-os com tanta força que os torcia a bem dizer para os transformar em lingotes.

«Caramba! Que homem!», pensou Rastignac ao ver o braço nervoso do velho que, com a ajuda dessa corda, esmagava sem barulho a prata dourada, como se fosse massa.

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Capa do livro O Pai Goriot
Páginas: 279
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Os capítulos deste livro:
O PAI GORIOT 1