As cores que tinham desaparecido do seu rosto tornaram a voltar com maior intensidade e um sorriso de prazer deu maior fulgor ao brilho dos seus olhos, durante alguns minutos; e disse a si mesma que provavelmente os sentimentos de Darcy continuavam inalterados. No entanto não queria se precipitar.
"Vamos ver primeiro como ele me trata", disse ela para si mesma. "Antes disso não convém ter esperanças."
Continuou atenta ao seu trabalho, procurando se acalmar, e sem ousar levantar os olhos, até que uma curiosidade ansiosa a levou a fitar o rosto da irmã, enquanto o criado se aproximava da porta. Jane parecia um pouco mais pálida do que de costume, porém mais calma do que Elizabeth esperava. Quando os cavalheiros entraram, ela enrubesceu ligeiramente. No entanto recebeu-os com tranquilidade e maneiras igualmente livres de qualquer sintoma de ressentimento, como de qualquer desejo exagerado de agradar.
Sem ser descortês, Elizabeth falou o menos possível. E voltou ao seu trabalho com um afinco que poucas vezes lhe dedicava. Ela arriscara apenas um olhar para Darcy. A expressão dele era tão grave como de costume. Mais talvez do que no Hertfordshire e em Pemberley. Talvez não se sentisse tão à vontade na presença da mãe dela quanto na dos tios. Era uma história dolorosa, porém não de todo improvável.
Bingley, também, ela só vira de relance. E naquele instante a sua expressão era ao mesmo tempo alegre e embaraçada. Mrs. Bennet o recebeu com tal cortesia, tão grande amabilidade, que as filhas se sentiram envergonhadas. Especialmente quando viram a fria polidez com que ela cumprimentou o amigo dele.
Elizabeth, sobretudo, que sabia quanto a mãe devia a este último, cuja iniciativa lhe salvara a filha favorita de uma irremediável desonra, sentiu-se ferida e aflita com aquela distinção tão mal aplicada.