Jane não teria reserva para com a irmã. O assunto da confidência era agradável demais para que Jane se mostrasse reservada. E, abraçando a irmã, imediatamente confessou com a mais viva emoção que ela era a criatura mais feliz do mundo.
- É demasiado para mim - acrescentou ela. - Eu não o mereço. Por que é que todos não estão felizes como eu?
Elizabeth deu os parabéns com uma sinceridade, um calor, um entusiasmo que as palavras não poderiam exprimir. Cada uma das suas palavras era uma nova fonte de felicidade para Jane. Mas esta não poderia se demorar mais junto da irmã, nem tinha tempo para lhe dizer metade do que ainda lhe restava para contar.
- Preciso imediatamente ir ver mamã - exclamou ela. - Não quero deixá-la por mais tempo em suspenso; sua solicitude por mim é tão carinhosa! Nem quero que ela saiba de tudo senão por meu intermédio. Ele já foi falar com papá. Oh, Lizzy, que prazer vai dar a toda a família o que eu tenho para dizer! Como poderei suportar tamanha felicidade?
Jane correu então para junto da mãe, que tinha interrompido o jogo de cartas propositadamente, e estava em cima com Kitty.
Elizabeth, que tinha ficado sozinha, sorriu da rapidez e da facilidade com que tinha resolvido um caso que lhes causara ansiedade e incerteza durante tantos meses.
"E este", disse ela para si mesma, "é o fim de todos os cuidados e precauções do seu amigo, das mentiras e ardis da sua irmã, o fim mais feliz, mais justo e mais razoável!"
Poucos minutos depois, Bingley, cuja conferência com Mr. Bennet fora curta e decisiva, veio sé reunir a Elizabeth.
- Onde está a sua irmã? - disse ele, ao abrir a porta.
- Lá em cima com minha mãe. Ela descerá já. Bingley então fechou a porta e, aproximando-se, reclamou os seus parabéns e a sua afeição de irmã.