Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 5: Capítulo III

Página 209
Apesar disso, a maioria dos mais sábios e eruditos aderiu ao novo sistema de exprimir-se mostrando objectos. Há que apontar apenas um inconveniente: quando os temas de conversa de um indivíduo são abundantes e variados, este é forçado a transportar sobre os ombros um volumoso fardo de objectos correspondentes, problema tanto maior quando se carece de meios para se ter um ou dois criados para o efeito. Vi amiúde alguns destes intelectuais quase esmagados sob o peso dos fardos que transportavam, como o fazem os nossos bufarinheiros; quando se cruzavam na rua com outro erudito, tiravam os fardos dos ombros, abriam-nos e conversavam durante uma hora, após o que voltavam a guardar os objectos, ajudavam-se um ao outro a pôr o respectivo fardo aos ombros e despediam-se.

Para conversas breves podem levar-se os objectos no bolso ou debaixo do braço. Em casa este problema não existia; no salão do parlatório encontram-se à mão todos os objectos necessários para facilitar esse método.

Este sistema tem outra vantagem muito importante: a implantação de uma linguagem universal, compreendida em todos os países civilizados, pois os utensílios e instrumentos são, em geral, idênticos, ou muito parecidos, de forma que ao usá-los todos apreendem o significado. E desta forma os embaixadores poderiam falar com os príncipes estrangeiros ou os seus ministros de Estado, ainda que com total desconhecimento da língua.

Visitei o instituto matemático, onde o professor seguia um método didáctico que seria quase impraticável na Europa. As teses e as demonstrações eram escritas sobre uma fina obreia com tinta composta por líquido encefálico. Os estudantes deviam engolir essas hóstias em jejum e não tomar nada, a não ser pão e água, durante três dias.

<< Página Anterior

pág. 209 (Capítulo 5)

Página Seguinte >>

Capa do livro As Viagens de Gulliver
Páginas: 339
Página atual: 209

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Carta do Comandante Gulliver a seu primo Sympson 1
Prefácio do primeiro editor Richard Sympson 3
Capítulo I 8
Capítulo II 85
Capítulo III 170
Capítulo IV 249