Tufão - Cap. 1: I Pág. 10 / 103

As correntes do guincho gemiam nas roldanas, tiniam nas braçolas, passavam com estrépito por cima da borda; e todo o navio vibrava, com os seus compridos flancos cinzentos fumegando no meio de espirais de vapor. - Não -- gritou Jukes - não mandei. De que servia? Era o mesmo que atirar o meu pedido de demissão a esta antepara. Não creio que alguém possa fazer um homem desses compreender seja lá o que for. Ele deixa-me pura e simplesmente fora de mim.

Nesse momento o capitão MacWhirr, voltando de terra, atravessou o convés, de guarda-sol em punho, escoltado por um chinês lúgubre e sereno, que caminhava atrás dele nuns sapatos de solas de papel de seda e que trazia também um guarda-sol.

O capitão do Nan-Shan, falando apenas audivelmente e com os olhos postos nas botas, como era seu costume, observou que nesta viagem teriam de escalar Fu-Chau e pediu ao senhor Rout que tivesse vapor à pressão no dia seguinte à uma da tarde em ponto. Atirou para trás o chapéu para limpar o suor, observando ao mesmo tempo que detestava ir a terra, fosse lá para o que fosse, enquanto o senhor Rout, dominando-o com o seu vulto curvado e sem se dignar dizer uma palavra, continuava a fumar austeramente, com o cotovelo direito aninhado na palma da mão esquerda. Depois Jukes recebeu ordens, na mesma voz abafada, para manter a coberta da vante desimpedida de carga. Duzentos trabalhadores chineses iriam ser alojados ali. A Companhia Bun Hin enviava-os para casa. Uma sampana traria vinte e cinco sacos de arroz dos armazéns. Eram todos homens que tinham cumprido um contrato de sete anos, disse o capitão MacWhirr, trazendo cada um deles como bagagem uma arca de cânfora. O carpinteiro de bordo devia ser mandado pregar travessas de madeira ao longo da coberta inferior, da popa à proa, para evitar que as arcas se deslocassem no alto mar.





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