91 - (Retira-se o rei de Melinde)
Vai recontando o povo, que se admira,
O caso cada qual que mais notou;
Nenhum deles da gente os olhos tira,
Que tão longos caminhos rodeou.
Mas já o mancebo Délio as rédeas vira
Que o irmão de Lampécia mal guiou,
Por vir a descansar nos Tétios braços;
E el-Rei se vai do mar aos nobres paços.
92 - (A glória)
Quão doce é o louvor e a justa glória
Dos próprios feitos, quando são soados!
Qualquer nobre trabalha que em memória
Vença ou iguale os grandes já passados.
As invejas da ilustre e alheia história
Fazem mil vezes feitos sublimados.
Quem valerosas obras exercita,
Louvor alheio muito o esperta e incita.