75 - ( Conclui o Gama a sua resposta ao Samorim ) 
“Assim que, ó Rei, se minha grão verdade 
Tens por qual é, sincera e não dobrada, 
Ajunta-me ao despacho brevidade, 
Não me impeças o gosto da tornada. 
E, se ainda te parece falsidade, 
Cuida bem na razão que está provada, 
Que com claro juízo pode ver-se, 
Que fácil é a verdade de entender-se.”
 
 
76 -( Desconfia o Samorim da honestidade dos Catuais ) 
A tento estava o Rei na segurança 
Com que provava o Gama o que dizia; 
Concebe dele certa confiança, 
Crédito firme em quanto proferia. 
Pondera das palavras a abastança, 
Julga na autoridade grão valia, 
Começa de julgar por enganados 
Os Catuais corruptos, mal julgados.