37 - ( Fala de Vénus a Cupido )
Ela, por que não gaste o tempo em vão,
Nos braços tendo o filho, confiada
Lhe diz: “Amado filho, em cuja mão
Toda minha potência está fundada;
Filho, em quem minhas forças sempre estão;
Tu, que as armas Tifeias tens em nada,
A socorrer-me a tua potestade
Me triz especial necessidade.
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“Bem vês as Lusitânicas fadigas,
Que eu já de muito longe favoreço,
Porque das Parcas sei, minhas amigas,
Que me hão de venerar e ter em preço.
E, porque tanto imitam as antigas
Obras de meus Romanos, me ofereço
A lhe dar tanta ajuda, em quanto posso,
A quanto se estender o poder nosso.