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Outra, como acudindo mais depressa
A vergonha da Deusa caçadora,
Esconde o corpo na água; outra se apressa
Por tomar os vestidos, que tem fora.
Tal dos mancebos há, que se arremessa,
Vestido assim e calçado (que, coa mora
De se despir, há medo que ainda tarde)
A matar na água o fogo que nele arde.
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Qual cão de caçador, sagaz e ardido,
Usado a tomar na água a ave ferida,
Vendo no rosto o férreo cano erguido
Para a garcenha ou pata conhecida,
Antes que soe o estouro, mal sofrido
Salta na água, e da presa não duvida,
Nadando vai e latindo: assim o mancebo
Remete à que não era irmã de Febo.