A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 6: A AVENTURA DO DETECTIVE MORIBUNDO Pág. 133 / 210

- Holmes! - exclamou o homem. - Holmes. - repetiu, no tom insistente de quem acorda uma pessoa. - Está a ouvir-me, Holmes?

Houve um ruído, como se o homem tivesse sacudido o doente, com violência, pelos ombros.

- É o senhor, Mr. Smith? - sussurrou Holmes. - Nem me atrevia a esperar que viesse.

O outro riu.

- Calculo! E, no entanto, como vê, estou aqui. Pago o mal com o bem, Holmes! O mal com o bem!

- O senhor é muito bom... um carácter nobre. Tenho na devida conta os seus especiais conhecimentos.

O visitante conteve o riso.

- Pois tem. É, felizmente, o único homem em Londres que tem. Sabe o que se passa consigo?

- É a mesma coisa - disse Holmes.

- Ah! Reconhece os sintomas?

- Se reconheço!

- Não me admiraria nada, Holmes, se fosse a mesma coisa. Se for, as suas perspectivas não são famosas. O pobre Victor morreu ao quarto dia. Um rapaz forte, saudável... Espantoso, como disse, que ele tenha contraído uma doença asiática no coração de Londres... uma doença que tenho também estudado com particular interesse. Que coincidência singular, Holmes! Inteligentemente, você reparou nela, mas foi muito cruel ao sugerir que havia uma relação de causa e efeito.

- Eu sabia que era você o responsável.

- Sabia, não sabia? De qualquer modo, nada podia provar. Mas que me diz a isto de andar espalhando coisas dessas a meu respeito e depois suplicar-me, rastejante que o ajude quando se vê em apuros? Que jogo é este, Holmes?

Ouvi a respiração entrecortada, aflita, do doente.

- Dê-me água! - balbuciou Holmes.

- Você está perto do fim, meu amigo, mas não quero que morra antes de falar comigo. Por isso lhe vou dar água. Tome, não entorne! Assim.





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