- Então, Watson? Viu-o?
- Vi. Não tarda aí.
- Admirável, Watson! Admirável! Você é o melhor dos mensageiros.
- Ele queria acompanhar-me.
- Isso nunca podia ser, Watson. Impossível! Perguntou de que eu sofria?
- Sim. Disse-lhe que tinha a ver com os chineses de East End.
- Nem mais! Bom, Watson, você fez tudo o que um bom amigo podia fazer. Já pode ir-se embora.
- Tenho de esperar para ouvir a opinião dele, Holmes.
- Claro. Mas possuo boas razões para pensar que a opinião dele será muito mais franca e útil se souber que esta só comigo. Há aqui espaço atrás da cabeceira da cama, Watson...
- Meu caro Holmes!
- Não há alternativa, Watson. O quarto não se presta a esconder ninguém, o que é óptimo, pois não levanta suspeitas. Mas acho que aqui atrás, Watson, é perfeitamente possível... - De súbito, sentou-se com uma determinação obsessiva no rosto alterado. - Depressa, Watson! Depressa, homem, se gosta de mim: E não se mexa, aconteça o que acontecer. Aconteça o que acontecer, ouviu? Não fale! Não se mexa! Limite-se a ouvir atentamente.
Logo o acesso de energia morreu, e Holmes tornou da fala dominadora e objectiva aos vagos murmúrios arrastados de um homem a delirar.
Do esconderijo a que fora tão precipitadamente remetido, ouvi os passos na escada, o abrir e fechar da porta do quarto. Então, para minha surpresa, fez-se um longo silêncio, quebrado apenas pelo respirar ofegante do doente. Imaginei a visita de pé junto ao leito, observando Holmes. Por fim, o estranho silêncio cessou.