Durante dois dias, o ilustre Philip Green (era, devo dizer, filho do famoso almirante do mesmo nome que comandava a esquadra do mar de Azof na Guerra da Crimeia) não nos deu notícias. Na tarde do terceiro, irrompeu na nossa sala pálido, trémulo todos os músculos da sua poderosa figura vibrando de excitação
- Apanhámo-lo! Apanhámo-lo! - exclamou.
Mostrava-se incoerente de tão agitado, Holmes acalmou-o com algumas palavras e instalou-o numa poltrona.
- Vá, conte-nos o que se passem - pediu:
- Ela apareceu apenas há uma hora. Era a mulher desta vez, mas o brinco que trazia era o par do outro. É uma mulher alta pálida, com olhos penetrantes.
- É ela - disse Holmes.
- Saiu da loja e segui-a. Subiu Kennington Road e entrou num estabelecimento. Era um cangalheiro, Mr. Holmes,
O meu amigo sobressaltou-se.
- E depois? - perguntou naquela voz vibrante que revelava uma alma ardente sob o rosto impávido.
- Falou com a mulher ao balcão. Entrei. «É tarde», ouvi-a dizer, ou coisa parecida. A mulher desculpou-se. «Já cá devia estar» respondeu. «Levou mais tempo por não ser como o costume.» Interromperam-se e olharam-me. Perguntei qualquer coisa e saí.
- Agiu muito bem. E a seguir que aconteceu?
- A mulher saiu, mas eu escondi-me num portal. Estava desconfiada, creio, pois olhava em redor.