Mais logo irei falar com o nosso amigo Lestrade, na Scotland Yard.
Todavia, nem a polícia nem a pequena mas eficientíssima organização de Holmes bastaram para decifrar o mistério. Perdidas entre os milhões de habitantes de Londres, as três pessoas que procurávamos diluíam-se como se nunca tivessem existido. Experimentaram-se anúncios, sem êxito. Seguiram-se pistas que não levavam a nada. Todos os poisos de criminosos que Shlessinger pudesse frequentar foram passados a pente fino, em vão. Os seus cúmplices eram vigiados, mas não contactavam com ele. E, então, de súbito, após uma semana de suspense sem esperança, fez-se alguma luz. Um brinco de prata e brilhantes, antigo, espanhol, fora empenhado no Bovington's, em Westminster Road. O cliente era homem corpulento, de cara rapada, com aspecto de clérigo. O nome e a morada eram, evidentemente, falsos. A A orelha não tinha sido detectada, mas a descrição correspondia sem dúvida a Shlessinger.
Três vezes apareceu o nosso amigo barbudo de Langham a saber notícias - a terceira uma hora passada sobre este último acontecimento. As roupas começavam a ficar folgadas no seu corpo enorme. Parecia mirrar de ansiedade.
- Se ao menos me desse algo para fazer! - dizia numa súplica.
Por fim, Holmes pôde satisfazê-lo.
- Ele começou a empenhar as jóias. Vamos com certeza apanhá-lo.
- Mas isso não significa que tenha acontecido algum mal a Lady Frances, pois não?
Holmes abanou a cabeça com gravidade.
- Suponho que a mantêm prisioneira, é óbvio que não a podem libertar sem se denunciarem. Devemo-nos preparar para o pior.
- Que posso fazer?
- Essa gente não o conhece, pois não?
- Não.
- É possível que procurem outro penhorista.