- Quem o acompanhou à porta?
- Saí sozinho porque Mrs. Porter já se tinha deitado. Fechei a porta ao sair. A janela da sala estava fechada, mas tinha a persiana levantada. Esta manhã, encontrava-se tudo na mesma. Não vi qualquer sinal de que um estranho tivesse entrado. Mas vi-os loucos de terror, e Brenda morta de medo, com a cabeça pousada sobre o braço da cadeira. Nunca mais esquecerei esta visão cem anos que viva.
- Os factos, tal qual os expõe, são indubitavelmente notáveis - disse Holmes, - Suponho que não os sabe explicar?
- E obra do demónio, Mr. Holmes, só pode ser obra do demónio. - exclamou Mortimer Tregenms. - Não pode ter sido coisa desse mundo. Naquela sala entrou alguma coisa que lhes roubou o juízo. Que coisa humana o poderia ter feito?
- Receio bem que - disse Holmes -, se o caso não é humano, eu não possa dar-lhe solução. Mas devemos esgotar todas as explicações naturais antes de aderirmos a essa teoria. Deduzo, Mr. Tregenms, que o senhor estava de mal com a sua família uma vez que eles viviam juntos e o senhor vive sozinho...
- É verdade, Mr. Holmes, embora tudo pertença já ao passado. Éramos uma família de mineiros de estanho de Redruth mas vendemos a exploração a uma companhia e reformámo-nos com o suficiente para viver. Não nego que a divisão do dinheiro tenha provocado alguns ressentimentos mútuos que perduraram por certo tempo, mas estava tudo esquecido e perdoado, e eramos agora muito amigos.
- Voltando à noite que passaram juntos, recorda-se de alguma coisa que possa contribuir para esclarecera tragédia? Pense bem, Mr. Tregenms. O pormenor mais insignificante pode ser útil.
- Não me lembro de nada, sir.
- A sua família estava bem disposta?
- Nunca a vi melhor.