Holmes sorriu e esfregou as mãos.
- Devo felicitá-lo, inspector, pelo modo como investiga este caso, tão singular e instrutivo. Os seus talentos parecem-me superiores, peço-lhe que não se ofenda, às suas oportunidades.
Os olhinhos do inspector Baynes piscaram de gozo.
- Tem razão, Mr. Holmes. Uma pessoa, na província, não passa da cepa torta. Um caso destes dá oportunidades a um homem e espero não as perder. Que diz a estes ossos?
- De cordeiro, diria. Ou de cabrito.
- E o galo branco?
- Curioso, Mr. Baynes. Muito curioso. Diria mesmo único.
- Pois é sir nesta casa devem ter estado pessoas muito esquisitas entregues a práticas esquisitíssimas. Uma delas morreu. Será que os seus companheiros o seguiram e o mataram? Se assim foi, apanhá-los-emos, pois não há porto que não esteja vigiado. Mas eu tenho outra opinião. Sim, tenho outra opinião, muito diferente.
- Tem uma teoria, é?
- Tenho e vou segui-la sozinho, Mr. Holmes. Devo fazê-lo no meu próprio interesse. O seu nome está feito, o meu ainda não. Quero poder afirmar depois que resolvi o caso sem a sua ajuda.
Holmes riu, bem-humorado.
- Muito bem, inspector, muito bem! O senhor segue o seu caminho e eu sigo o meu. O que for descobrindo estará sempre a sua disposição, desde que queira. Penso que já vi tudo o que me interessa nesta casa e que empregarei melhor o meu tempo noutro lado. Au revoir e boa sorte!
Eu sabia, observando múltiplos e subtis sinais que a outrem passariam despercebidos, mas não a mim, que Holmes descobrira uma pista firme. Impassível como nunca para o observador casual, havia nele, porém, uma ansiedade contida, um assomo de tensão nos seus olhos mais brilhantes, e nos gestos rápidos, tudo me sugerindo que a caçada começara.