- Presumo que esse Jim Browner, o criado de bordo de um barco de Liverpool, é o homem de quem suspeita.
- Oh, é mais do que uma suspeita.
- E, todavia, não consigo descortinar mais do que vagas indicações.
- Para mim, nada pode haver de mais claro, imagine! Recapitulemos os pontos principais. Abordámos o caso, como bem se lembra, absolutamente em branco, o que é sempre uma vantagem. Não construímos nenhuma teoria. Dispúnhamo-nos apenas a observar e a extrair conclusões. Que vimos em primeiro lugar? Uma senhora muito calma e respeitável, na aparência inocente de qualquer segredo, e um retrato que me revelou ter ela duas irmãs mais novas. Acudiu-me logo ao espírito a ideia de que a caixa poderia destinar-se a uma delas. Pus a ideia de parte, à espera de ser confirmada ou infirmada, quando fosse. Depois fomos ao jardim e vimos o singular conteúdo da caixinha amarela.
» O cordel era dos que os operários veleiros usam a bordo e logo um perfume marítimo se tornou perceptível na nossa investigação. Quando vi que o fio era de um tipo popular entre marinheiros, que a encomenda fora expedida de um porto e que a orelha masculina tinha um furo para brinco, coisa mais comum entre homens de mar do que entre homens de terra, convenci-me de que todos os actores da tragédia deviam encontrar-se entre as nossas classes navegantes.
» Ao examinar o endereço da encomenda, reparei que esta era dirigida a Miss S. Cushing. A irmã mais velha em evidentemente Miss Cushing, mas a sua inicial, «S» podia, pertencer também a uma das outras: Neste caso, deveríamos começar a nossa investigação a partir de uma base completamente diferente. Voltei, portanto, à casa, resolvido a esclarecer este pormenor.