Depois de ter alugado o quarto, disse-me que iria sair, que não trancasse a porta. Ouvi-o subir a escada depois da meia-noite.
- E as refeições?
- Ordenou que devíamos sempre, quando ele tocasse deixar a bandeja em cima de uma cadeira, à porta do quarto. Torna a tocar para a recolhermos da mesma cadeira. Quando quer qualquer coisa, deixa ficar um papel escrito em letra de imprensa.
- Em letra de imprensa?
- E, sir, feita com um lápis. Só a palavra, mais nada. Aqui está uma que eu trouxe para o senhor ver... SABÃO. Outro... FÓSFORO. Este deixou-o ele na primeira manhã: DAILY GAZETTE.
Levo-lhe este jornal todos os dias com o pequeno-almoço.
- Curioso, Watson - disse Holmes, olhando com toda a atenção os pedaços de papel-ministro que a mulher lhe entregara. - Sem dúvida um pouco invulgar. A reclusão ainda compreendo; agora a letra de imprensa... É um processo maçador. Por que não escreve na letra dele? Então, Watson?
- Não deve querer que vejam a sua caligrafia.
- Mas porquê? Que lhe importará que a senhoria leia uma palavra em letra de imprensa ou na letra dele? Mas talvez seja como diz. E porquê mensagens tão lacónicas?
- Não faço ideia.
- Abre-se-nos um interessante campo de especulação. As palavras são escritas com um lápis de ponta grossa, de cor violeta e tipo pouco vulgar. Repare que o papel foi rasgado aqui deste lado, depois de escrita a palavra. O «S» de «SABÃO» desapareceu parcialmente. Sugestivo, não é, Watson?
- De precaução?
- Exactamente. Havia aqui, sem a menor dúvida, uma marca qualquer, uma impressão do polegar, algo susceptível de fornecer uma pista quanto à identidade da pessoa. Mrs. Warren, a senhora diz que o homem é de estatura média moreno e com barba.