A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 4: A AVENTURA DO CÍRCULO VERMELHO Pág. 67 / 210

Que idade terá?

- É novo, sir. Não tem mais de trinta anos.

- Pode dar-me mais algumas indicações?

- Falava bem inglês, sir, apesar de eu o ter tomado por estrangeiro, devido ao sotaque.

- E estava bem vestido?

- Elegantemente vestido, sir. Um cavalheiro. Fato escuro muito discreto. Nada que saltasse à vista.

- Não deu nome?

- Não, sir.

- E não tem recebido cartas nem visitas?

- Nada, sir.

- Mas a senhora ou a rapariga alguma vez entraram no quarto, não?

- Não, sir. Ele cuida de si próprio sozinho.

- Meu Deus! É realmente notável. E a bagagem?

- Trazia uma grande mala castanha, mais nada.

- Bem, a senhora não parece ter lá muitos dados para nos ajudar. Diz que não sai do quarto absolutamente nada?

A mulher tirou um sobrescrito da bolsa e, dele, dois fósforos queimados e uma ponta de cigarro, que colocou sobre a mesa.

- Vieram na bandeja do seu pequeno-almoço, esta manhã.

Trouxe-os porque ouvi dizer quer o senhor vê grandes coisas nas coisas pequenas.

Holmes encolheu os ombros.

- Não há nada, aqui - disse. - Os fósforos foram evidentemente utilizados para acender cigarros. Vê-se pela pequenez da extremidade queimada. Para acender um cachimbo ou um charuto gasta-se meio fósforo. Mas... esta ponta de cigarro é interessantíssima! O cavalheiro tem barba e bigode, disse?

- E verdade, sir.

- Não compreendo. Eu diria que só um homem de cara rapada poderia ter fumado isto. Até o seu modesto bigode, Watson, teria ficado chamuscado.

- Uma boquilha? - sugeri.

- Não, não; a ponta está mordida. Claro que não poderão estar duas pessoas no quarto, Mrs. Warren... ?

- Não, sir. Ele come tão pouco que eu nem sei como anda em pé.





Os capítulos deste livro