O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 4: A Aventura da Ciclista Solitária Pág. 110 / 363

- Há duas fortíssimas razões para que ela não seja, em circunstância alguma, mulher dele. Em primeiro lugar, podemos por em causa, com toda a segurança, o direito de o Sr. Williamson celebrar um casamento.

- Fui ordenado padre - gritou o pulha.

- E também foi destituído.

- Uma vez padre, é-se sempre padre.

- Creio que não. E quanto à licença?

- Temos uma licença de casamento. Tenho-a aqui na algibeira.

-Então, obteve-a por meios falsos. Mas, seja como for, um casamento forçado não é casamento, mas é um crime muito grave, como o senhor virá a descobrir. Terá tempo para pensar nessa questão durante os próximos dez anos, se não estou em erro. Quanto ao senhor, Carruthers, teria feito melhor em manter a pistola na algibeira.

- Começo a achar que sim, Sr. Holmes, mas quando penso em todas as precauções que tomei para proteger esta rapariga... pois amo-a, Sr. Holmes, e foi a primeira vez que soube o que era amar... fiquei fora de mim ao ver que ela estava nas mãos do pior bandido e bruto da África do Sul... um homem cujo nome semeia o terror de Kimberley a Joanesburgo. Sr. Holmes, talvez não acredite, mas, desde que esta jovem trabalha para mim, nunca a deixei passar perto desta casa, onde eu sabia que estes malvados estavam escondidos, sem a seguir na minha bicicleta para que não lhe acontecesse qualquer mal. Mantive-me sempre à distância e punha uma barba para que ela não me reconhecesse, pois ela é uma rapariga boa e determinada que não ficaria muito tempo ao meu serviço se soubesse que eu a andava a seguir pelas estradas da região.

- Por que é que não lhe contou o perigo que corria?

- Porque se o fizesse ela ter-me-ia deixado, e eu não suportava enfrentar essa situação.





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