O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 5: A Aventura da Escola Priory Pág. 122 / 363

Uma outra pergunta. Alguém foi visitar o rapaz na véspera do seu desaparecimento?

- Não.

- Recebeu algumas cartas?

- Sim, uma carta.

- De quem?

- Do pai.

- O senhor abre a correspondência dos rapazes?

- Não.

- Como é que sabe que era do pai?

- O sobrescrito tinha o brasão da família e a caligrafia firme era inconfundivelmente a do duque. Além disso, o duque recorda-se de ter escrito ao filho.

- Antes dessa carta, quando foi que recebeu a última?

- Uns dias antes.

- Alguma vez recebeu alguma carta de França?

- Não, nunca.

- É claro que percebe qual é o sentido das minhas perguntas. O rapaz ou foi raptado pela força ou fugiu de sua livre vontade. Na última hipótese, é natural que fosse necessário um estímulo exterior para fazer que um rapaz tão novo fizesse tal coisa. Se ele não recebeu qualquer visita, esse estímulo teve de lhe ser transmitido por carta; daí eu tentar descobrir quem lhe escreveu.

- Lamento não o poder ajudar muito. Tanto quanto sei, o seu único correspondente era o próprio pai.

- Que lhe escreveu no próprio dia em que ele desapareceu. As relações entre pai e filho eram muito amistosas?

- Sua Senhoria nunca é muito amistosa com ninguém. Dedica-se totalmente às grandes questões públicas e é inacessível a todas as emoções vulgares. Mas foi sempre bondoso, à sua maneira, para com o rapaz.

- Mas a simpatia do rapaz ia para a mãe?

- Sim.

- Era ele quem o afirmava?

- Não.

- O duque, então?

- Santo Deus, não!

- Então, como é que sabe?

- Tive algumas conversas confidenciais com o sir James Wilder, secretário de Sua Senhoria. Foi ele quem me informou sobre os sentimentos de Lorde Saltire.

- Estou a ver.





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